Parceria entre Sedese e Sebrae vai mapear 15 favelas mineiras no intuito de conhecer e fortalecer o empreendedorismo local
A parceria entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG) e o Sebrae continua a caminhar. O programa Comunidade Empreendedora foi lançado nessa terça-feira (27/2), no Jardim Teresópolis, em Betim, uma das 15 favelas do estado que fazem parte do projeto. Por se tratar da maior de Minas Gerais, com cerca de 60 mil habitantes, foi a escolhida para marcar este lançamento oficial, apesar de o trabalho já estar sendo realizado desde o ano passado. Além de Sedese e Sebrae, a organização sem fins lucrativos de Betim, G10 Favelas, apoia a iniciativa no Jardim Teresópolis, inclusive cedeu o espaço para o evento dessa terça.
Até o momento, os agentes de mapeamento da comunidade já fizeram mais de 260 avaliações em relação aos empreendimentos locais, e esse número salta para mais de 1630, se levado em conta o trabalho que já foi iniciado em outras nove favelas mineiras, conforme os dados disponibilizados pelo Sebrae.
O programa Comunidade Empreendedora nasceu da necessidade de desenvolver ações voltadas ao empreendedorismo nessas 15 comunidades mineiras. Com base num mapeamento feito in loco, ele visa impulsionar os potenciais empreendedores e micro e pequenas empresas transformando a realidade local, com aumento de emprego, renda, competitividade dos pequenos negócios, cooperação entre as pessoas e desenvolvimento econômico.
O subsecretário de Trabalho e Emprego da Sedese, Arthur Campos, participou do evento e ressaltou a necessidade de a comunidade abraçar o projeto para que a iniciativa alcance resultados.
“Não adianta o Governo de Minas, o Sebrae acharem que vão trazer um projeto para dentro de uma comunidade, sem escutar a comunidade, que ele vai dar certo. O mais importante desse projeto são as pessoas. Se elas não abraçarem o projeto é a mesma coisa de não ter nada. Por isso queremos esta união porque nós vamos dar a qualificação para que os empreendimentos daqui possam ir além do Jardim Teresópolis. Queremos levar os produtos de vocês ou serviços para além daqui”, frisou.
Como citou Campos, o trabalho no Jardim Teresópolis já tem alcançado os primeiros resultados. Thaís do Carmo, uma das agentes mapeadoras, mas que antes disso já desenvolvia um trabalho de empreendedorismo de impacto social voltado para mulheres com o programa Mãos de Maria, viu a potencialização gerada com a chegada da Sedese e do Sebrae.
“Estamos no lançamento do Comunidade Empreendedora, que é um programa que vem para fortalecer ainda mais o que já buscamos para nossa comunidade. Sabemos que temos talentos aqui, pessoas com dons, e eles precisam ser potencializados. Por isso é com grande alegria que recebemos o Sebrae e a Sedese para nos ajudar nessa parte de gestão e também de profissionalização desses empreendedores. Fico muito feliz em receber e poder fazer parte desse programa”, afirmou.
Este sentimento é compartilhado pela empreendedora Rita Rodrigues Batista.
“Acho muito interessante esse projeto pra gente, é uma oportunidade para nós da comunidade, é uma profissão, pode crescer e fazer uma renda fixa.
Você precisa sair de casa, né? Talvez tem família, criança para cuidar, então eu acho uma oportunidade boa. Então eu fiz assim, discurso, pensando nisso, não quero coisas que já está criado, mas assim, é uma coisa que eu acho interessante, então o Sebrae que traz essas oportunidades aqui para nós. Por isso agradeço ao Sebrae e também à Secretaria (de Estado) de Desenvolvimento Social”, afirmou.
O projeto
Criado em novembro de 2023, o Comunidades Empreendedoras está na fase de mapeamento das 15 favelas definidas e cadastramento, onde os empreendimentos locais estão sendo analisados. Além do Jardim Teresópolis, são sete comunidades de Belo Horizonte e outras do interior do estado em municípios como Ribeirão das Neves, Caratinga, Divinópolis, Montes Claros e Uberlândia.
A partir deste desenho, a Sedese entra com a execução de cursos de qualificação, com foco na necessidade de cada comunidade, cada um com carga horária de pelo menos 35 horas. A expectativa é de atingir aproximadamente 15.000 pessoas nas ações de mapeamento, com a abertura de pelo menos 600 vagas para as capacitações. A parceria entre Sedese e Sebrae tem duração prevista de 24 meses.